Opinião: entrevistas com presidenciáveis – Marina Silva na Globo News.

Ao longo da semana, a emissora de TV a cabo Globo News está apresentando entrevistas com alguns candidatos à presidência da república nas eleições 2018. Diariamente, às 22:30h. A entrevistada da última terça-feira foi a candidata do partido Rede, Marina Silva.

 

 

Longe dos escândalos que têm assolado a mídia nos últimos tempos, Marina Silva proporcionou uma entrevista, eu diria até, amigável. A ex-senadora, com seu jeito simples e tranquilo, discorreu sobre diversos assuntos e respondeu aos questionamentos dos jornalistas.

Se por um lado a entrevista transcorreu de forma mais tranquila do que a de outros candidatos, por outro proporcionou um misto de incertezas e inseguranças em relação à estar apta para enfrentar os embates que, certamente, terá pela frente, se eleita. O fato foi questionado, inclusive, por vários dos entrevistadores, principalmente em momentos em que a candidata precisou ser pressionada para, enfim, emitir seu posicionamento. “Precisamos abrir a questão para um debate mais profundo”, esquivou-se várias vezes em diferentes assuntos. A mediadora Míriam Leitão contestou esse tipo de resposta , sob a alegação de que o eleitor deseja saber a opinião da candidata. De fato, queremos sim. Mesmo que as questões necessitem de maiores debates e esclarecimentos.

A candidata discorreu sobre temas como a reforma da previdência, reforma trabalhista, legalização do aborto, educação, entre outros. Apresentou dados importantes. No caso da educação, por exemplo, Marina Silva falou sobre a qualidade do ensino. “Um jovem chega ao nono ano, termina o ensino básico, não sabe ler ou interpretar um texto. Só 30% sabem. Só 14% sabem fazer operação simples de matemática”, informou e ressaltou a necessidade de melhorar esses índices.

Sobre outro tema que é motivo de grande preocupação dos eleitores, Segurança Pública, a candidata mostrou preocupação com a violência que atinge a todos, mas tem índices alarmantes entre os jovens de comunidades pobres. “De fato, a violência está dramática. Temos mais de 60 mil assassinatos por ano. Cerca de 30 mil são jovens até 30 e poucos anos, 28 anos, que são assassinados nas comunidades pobres”, destaca Marina. De fato, conforme informado no Atlas da Violência 2018, dos cerca de 63 mil assassinatos registrados em 2016, quase 34 mil eram jovens entre 15 e 29 anos.

Marina Silva destacou a atuação do seu partido em questões delicadas, como por exemplo a representação para cassação do mandato do senador Aécio Neves. “Meu partido que levou (Aécio) para o Conselho de Ética”, afirmou com satisfação. De fato,  o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi o responsável por elaborar o recurso que tentava reverter o arquivamento do processo contra o tucano.

Se por um lado Marina demonstrou conhecimento, preocupação com questões relevantes e até retidão em meio a esse cenário caótico que vive a política brasileira, em algumas situações seus posicionamentos evasivos e pouco firmes deixaram um sentimento de insegurança em relação à sua atuação como presidente, se eleita.

 

Deixe uma resposta